É plano ou particular, senhora?

O sistema de saúde está em colapso, e não é por falta de dinheiro.

Temos um mercado de trilhões construído sobre uma plataforma que não funciona mais. E nessa "Festa da Música Tupiniquim, que tá rolando aqui na rua António Carlos Jobim" nenhum convidado está feliz - médicos, pacientes, enfermeiros, hospitais ou planos de saúde. Ninguém está! O problema, é que esses players não ficam infelizes em um canto escuro chorando e em posição fetal. Cada um deles cria seu próprio sistema paralelo para sobreviver. E quando isso acontece, você sabe que o modelo está falido. No curto prazo, resolvo meu problema. No longo prazo, contribuo com ele. The End of the F***ing Health. E só para ilustrar como esses sistemas paralelos acontecem em todas as camadas, o exemplo a seguir trata algo do cotidiano, muito fácil de se experimentar - a depender, é claro, do seu tipo de plano de saúde.

O que dizer das clínicas que possuem agendas distintas para pacientes particulares e oriundos de convênio? E o que dizer de agendas separadas, a depender do seu tipo de plano. Pois é, o Basic A sempre enfrenta mais dificuldades do que o Premium Plus Advanced, quando trata-se de tentar agendar uma consulta para uma data próxima - mesmo com o consultório atendendo a ambos. Se adicionarmos um paciente particular então, como num passo de mágica, consegue-se uma vaga em D+1. Isso não é apenas má prática - é a prova viva de um ecossistema econômico disfuncional. Não precisa ser nenhum SUPER entendente, para imaginar quantos pacientes desistem ou protelam os cuidados com determinada condição de saúde, pelo simples fato de que agendar uma consulta nunca é rápido, nunca é ágil. E sabemos que, na saúde, tempo conta e conta muito.

A vida imita a arte. E imita mesmo. Assista, ria, sinta vergonha, e tente fazer algo a respeito disso - compartilhar esse post talvez seja um bom começo.

Spoiler Alert: Contém algumas extrapolações e piadas de mal gosto - ou não!